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Prestando conta - A audiência sobre o Arquivo Público do Pará

No ano em que o Arquivo Público do Estado do Pará - APEP comemorou 111 anos de existência (16 de abril de 2012), pouco há, ainda o que se comemorar. No mês de  maio, houve um principio de incêndio no prédio que abriga quase 400 anos de nossa história. 

No dia 31/08 (sexta-feira), ocorreu mais um curto circuito, desta vez debelado pelos funcionários. É a segunda vez, em menos de seis meses que, por muito pouco, ou melhor, por meio da intervenção dos funcionários do APEP, não perdemos documentos importantes de nossa memória e história. 


 Fernando Arthur de Freitas Neves - Presidente da Associação do Amigos do Arquivo Público
Agenor Sarraf Pacheco - Diretor do Arquivo Público do Estado do Pará
Dra. Edilza Joana Oliveira Fontes - Representante da Faculdade de História da UFPA
Sérgio Bandeira do Nascimento - Coordenador do curso de história da Faculdade Ipiranga.
 Francivaldo Alves Neves - Representante da Associação dos Professores de História
Luis Cláudio Martins Negrão - Presidente do Centro de Estudos e Memória da juventude Amazônica
 Lucidea de Oliveira Santos - Representante da Faculdade Integrada Brasil Amazônia.
Raimundo de Jesus Coelho de Moraes - Promotor de Justiça de Meio Ambiente, Patrimônio Histórico, Habitação e Urbanismo de Belém.
No dia 27  de agosto, foi realizada a Audiência Pública na Assembleia Legislativa, com a presença de cerca de 100 pessoas. Essa audiência foi viabilizada pela Comissão de Educação, Cultura e Saúde-CECS, presidida pelo deputado Eliel Faustino, contando com a presença do promotor público Dr. Raimundo Moraes, que disse: "Se um incêndio como aquele do prédio do Ministério da Fazenda acontecesse aqui, as perdas seriam irreparáveis. É preciso cuidar disso já, para se evitar o pior". O promotor disse ainda, que já expediu documento no dia 30 de agosto, recomendação para a SECULT e o PGE, tomarem providências imediatas para a preservação e guarda dos documentos.

Entre as propostas surgidas na audiência, está a reforma do prédio, com parte dos recursos, que seriam destinados a construção da "nova ALEPA"  e a mudança para um local mais adequado a necessidade de guarda e preservação.

Graças a luta do historiadores e por solicitação do promotor Raimundo Moraes (que solicitou visita técnica dos bombeiros ao APEP), o assunto  "o Arquivo Público do Estado do Pará" vem ganhando as páginas dos jornais " O documento, de valor histórico imensurável, é mantido em um prédio com instalações elétricas antigas, extintores de incêndio com prazos de validade vencidos há quase um ano, um número insuficiente de hidrantes e mangueiras danificadas pela ação do tempo." A reportagem do Liberal, de domingo (02), traz o título " Falta de manutenção em prédio ameaça o acervo do Arquivo Público do Pará". A partir da visita, o que era uma denúncia dos funcionários, ganhou respaldo técnico dos bombeiros, que comprovaram a possibilidade de um incêndio no local.

Eu defendi a tranferência do mesmo para outro local e a criação de um Arquivo Publico Municipal, pois desde a década de 70, o atual APEP, não recebe documentos, ou seja, de 70 para cá, nossa memória encontra-se espalhada, ou até mesma perdida, pelos órgãos do estado e do município.

Precisamos urgente nos mobilizar para garantir recursos no orçamento do Estado, e solicitar uma audiência com o governador, para tratarmos da preservação de nossa memória. Outro ponto, é uma audiência com o Ministério da Cultura, para a retomada do PAC das cidades históricas, que foi suspenso pelo governo Dilma, e nele havia recursos  para a construção de um novo APEP

Vamos a lutar, e com a força da história, salvar o Arquivo Público.

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