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Sete podem ficar de fora em Belém


Sete podem ficar de fora em Belém (Foto: Reprodução/ Diário do Pará)
(Foto: Reprodução/ Diário do Pará)
A velha mania do brasileiro de deixar tudo para a última hora acabou prejudicando sete legendas que não conseguiram reunir a documentação necessária para o registro de candidaturas e acabaram ficando fora da disputa majoritária e proporcional das eleições desse ano. O prazo encerrou às 19h de ontem e o processo foi marcado por muita confusão e empurra-empurra na sede da Central de Atendimento ao Eleitor (CAE), na Pirajá.
Chegou a circular a informação de que a juíza Maria Vitória Torres do Carmo, da 76ª vara, responsável pelo registro eleitoral havia, em comum acordo com os representantes das legendas, prorrogado o prazo para a entrega dos documentos. A magistrada desmentiu.
“Não houve prorrogação de prazo. Ele encerrou às 19h e entregamos senhas para 20 partidos que apresentaram o mínimo de documentos na entrada aqui. Sete das legendas não trouxeram nada e o prazo para essas esgotou. Demos, sim, um prazo até às 21h para que essas 20 legendas que já haviam recebido as senhas complementassem a documentação, já que não temos como atender a todos ao mesmo tempo”, explicou a juíza, que não revelou o nome das sete legendas
prejudicadas.
EDITAL
É possível que o edital com o registro de todas as candidaturas seja publicado hoje. A partir dessa publicação, os candidatos ainda não registrados mas aprovados em convenção terão 48 horas para entrar com requerimento individual solicitando o registro. “A partir daí, os partidos políticos, candidatos, coligações e o Ministério Público terão cinco dias para impugnar qualquer candidatura”, explica o desembargador Ricardo Nunes, presidente do TRE-PA, que esteve no CAE na noite de ontem para acompanhar o processo de registro.
Nunes corroborou a versão da juíza e garantiu que toda a resolução eleitoral que se refere ao registro das candidaturas foi cumprido. “Ocorre que, como você está vendo, quase todos os partidos deixam para fazer tudo em cima da hora, gerando toda essa confusão”, ressalta. O mesmo foi relatado pelo procurador eleitoral Igor Néri.
REGISTROS
DIÁRIO passou a tarde no CAE e acompanhou quase todos os registros. O primeiro candidato a comparecer à central foi o candidato Arnaldo Jordy (PPS), que terá como vice José Francisco (PV), que integrará a coligação “Belém tem jeito” (PPS/PV/DEM) e que lançará 115 candidatos a vereador. Na proporcional o DEM/PPS lançarão 70 vereadores e o PV, outros 50.
O candidato Edmilson Rodrigues (PSol) também concorrerá com a frente “Belém nas mãos do Povo” (PSol/ PC do B/ PSTU), tendo como vice Jorge Panzera (PC do B). Na proporcional, o PSol/ PSTU lançarão 70 candidatos. Já o PT sai coligado com o PTN e virá com chapa pura na majoritária, tendo como candidato a prefeito o deputado Alfredo Costa e como vice João Cláudio Arroyo – ambos do PT -, na Frente “Muda Belém”. Na proporcional, PT/PTN lançarão 49 candidatos.
O PP do radialista Jefferson Lima também veio com chapa puro-sangue, tendo como vice Ana Cristina. A legenda lançará 26 candidatos a vereador. A candidata Leni Campelo também registrou candidatura pela manhã. A grande surpresa foi a candidatura de Marco Rego (PRTB), que também foi registrada na última hora.
Coligações quase brigam
A tensão da noite ficou por conta da demora do registro da coligação que uniu o PTB/PR. Ao longo do dia, as duas legendas se desentenderam no que se refere à coligação proporcional. O PR queria sair sozinho e essa postura tinha o apoio dos vereadores do partido, pois considerava desvantajosa a coligação. O candidato Anivaldo Vale (PR), segundo fontes ouvidas pelo DIÁRIO, chegou a colocar a sua candidatura à disposição tamanho o desgaste da negociação. Mas, no início da noite, os dois partidos acertaram os ponteiros e Vale foi registrado encabeçando a chapa majoritária, numa coligação (União Por Belém) que inclui ainda o PRB e o PDT, tendo como candidato a vice Raimundo Castro (PTB). Na proporcional, PTB/PR lançarão 70 candidatos
O PMDB/PSC/PHC registraram a coligação “Juntos Prá Fazer Melhor”, tendo como candidato o deputado federal José Priante (PMDB) e como vice o pastor Kadmiel Pacífico (PSC). O PMDB não coligou na proporcional, lançando a chapa completa com 53 vereadores. O ex-secretário municipal de Saúde Sérgio Pimentel (PSL) também esteve no CAE registrando sua candidatura chapa-pura, tendo como vice Bruno Monteiro, do mesmo partido. O PSL lançará apenas dois candidatos a vereador, sendo um deles o folclórico Abdon.
Pouco antes das 19h, quase no encerramento do prazo, o candidato Zenaldo Coutinho apareceu para registrar a coligação “União em defesa de Belém”, a qual encabeça. A chapa majoritária é composta pelo PSDB de Zenaldo, PSB, PSD, PT do B, PMN, PSDC, PRP e PTC. A candidata a vice, Carla Martins (PSB), também esteve presente. A coligação lançará 163 candidatos a vereador, em três chapas proporcionais: o PSDB lança 50; a chapa PMN/PTC/PRP/PSDC/PT do B lança 70; e a chapa PSDB/PSD lança mais 43. Todos os candidatos garantiram que as chapas proporcionais cumpriram a cota de 30% para mulheres, como determina a lei.
Os promotores e juízes eleitorais começam a se debruçar sobre os pedidos de registro de candidatura. Em Belém, os registros serão analisados pela juíza Maria Vitória Torres do Carmo e promotora Lucinery Helena Resende, ligadas à 76ª Zona Eleitoral. Durante todo o mês de julho, juízes e promotores devem analisar e julgar os pedidos de registro de candidaturas. Nestas eleições, a legislação eleitoral prevê que os partidos devem incluir na ata das convenções a previsão de gastos de campanha do candidato a prefeito e vice, que compõem a chapa majoritária, uma novidade que fará a análise da justiça eleitoral ser mais demorada.
(Diário do Pará)

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