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Prédio histórico em Bragança vai virar Liceu de Música e Teatro

A Escola Monsenhor Mâncio Ribeiro é um ícone histórico da cidade de Bragança, no nordeste do Pará. A construção tipo palacete de estilo eclético, com traços típicos da arquitetura predominante no Pará no início do século XX, ocupa um quarteirão inteiro no centro da cidade. A escola, que foi desativada e ao longo dos últimos quatro anos vinha sendo depredada e saqueada, vai abrigar o Liceu de Música, em projeto do Governo do Estado coordenado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

Em agosto, será lançado o projeto da restauração completa da Escola Monsenhor Mâncio Ribeiro, que foi cedida à Secult para abrigar o liceu, segundo informa a diretora de Patrimônio da Secult, Rosário Lima. “Bragança será a primeira cidade a receber o projeto Jovens Talentos da Música, que vai formar crianças e adolescentes na área musical. Estávamos buscando um lugar para abrigar o liceu e a escola é o espaço ideal pra isso. Além de instalarmos uma escola de música, vamos salvar um prédio histórico e devolvê-lo para a cidade”, assevera.

O projeto prevê ainda a construção de um teatro no local da quadra de esportes, com estrutura metálica e capacidade para 370 espectadores – o primeiro da cidade. A secretária municipal de Cultura, Nazaré Freitas, acredita que, após a reforma e adaptação, a escola será um novo atrativo turístico da cidade, e que o teatro vai fomentar as atividades culturais, que terão um local apropriado para as apresentações. “Tenho certeza que as pessoas vão ficar muito felizes com esse investimento do governo do estado em nossa cidade. É um benefício pra nossa região que já possui um talento natural para a música. Acreditamos que através da cultura conseguimos melhorar o rendimento escolar e diminuir a violência nas escolas”, afirmou.

As obras estão previstas para iniciarem neste ano. Faltam apenas os projetos arquitetônicos complementares das instalações e paisagismos para abrir a licitação do projeto completo. O "Jovens Talentos da Música" vai promover a iniciação musical de crianças e adolescentes, criando núcleos formadores de coros e bandas, aproveitando a inclinação musical da região bragantina. As oficinas deverão começar na segunda quinzena de agosto, utilizando temporariamente o auditório da Escola Estadual Bordalo. A primeira fase das aulas é voltada para a musicalização e formação de coro. A segunda etapa será destinada ao ensino de instrumentos para a formação de bandas. Memória As novidades animaram os amigos Antônio José Pereira, Dilamar Castanho e Celso Medeiros. “É maravilhoso saber desse projeto. O legal é que o prédio tem mais condições de se manter preservado funcionando como Liceu de Música do que como escola regular”, observou Antônio. “Nós somos muito ligados a música e um centro cultural é o melhor presente que a nossa cidade pode receber às vésperas dos seus 400 anos”, confirmou Dilamar.

O abandono sempre foi motivo de tristeza para muitos bragantinos, como Antônio José Pereira, que cursou na escola o primário, na década de 1960. “Essa escola é muito importante para nós, porque faz parte da nossa história de vida e da história da nossa cidade. Até hoje me lembro das salas enormes e do porão, onde ficava guardada a merenda escolar, e até da embalagem do leite em pó que vinha dos Estados Unidos, para ser servido no lanche”, diz.

Celso Medeiros diz que a Monsenhor Mâncio Ribeiro era o sonho de muitos profissionais que consideravam como ápice da carreira ser aceito no quadro funcional da escola. “Era o sonho de muitos professores normalistas dar aulas no Mâncio, era o máximo da profissão. Fui aluno e minha mãe, professora, e me orgulho muito de ter passado por um colégio tradicional da família bragantina”, afirma.

Já Dilamar Castanho lamenta não ter estudado na escola, mas diz que todo morador local tem uma lembrança do colégio tradicional da cidade, que foi uma referência da educação estadual, como a Escola Paes de Carvalho, em Belém. Ele lembra que o prédio também abrigou o comando do Exército durante a revolução de 1930. “É uma decepção ver como o espaço é tratado atualmente, sem nenhum respeito pelo que representou para a cidade”, lamenta.

Texto: Dani Filgueiras-Secom Fone: 81185849 / 81185849

Comentários

  1. O que uma eleição não faz? De qualquer forma os bragantinos agradecem. So uma preocupação: hoje é dificil manter professores no ensino basico, fico pensando em professores de música

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