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A relação partido X candidato em Belém

Uma coisa que chama atenção na pesquisa, é que 16% dizem ter preferência partidária pelo PT, 11,9% pelo PMDB e 4,8% pelo PSOL. A primeira vista, podemos dizer então, que há uma margem de crescimento para o candidato Alfredo, que os candidatos Priante e Edmílson já ultrapassaram as suas margens. O que podemos concluir também, é que grande parte do eleitorado de Belém, não faz a relação candidato & partido, que a escolha é no candidato.

 É provável, que uma parte do eleitorado, que pensa votar em Edmilson, se identifica com os programas governamentais, implantados pelo PT,quando governo. O desafio de Edmilson é provar que mantém a mesma capacidade de governança da sua gestão anterior.

Capacidade de governança, não é dizer exaustivamente ao eleitorado, que é do partido da Dilma, do partido do Jatene, e sim demonstrar que tem propostas exequíveis para Belém e que pode implementa-las, com os recursos que a cidade já tem garantido por Lei. Ou seja, que é possível governar Belém, a partir de sua receita própria e por recursos garantido por transferências constitucionais. Lembro, que guando o governador era Almir Gabriel, em seu segundo mandato, o presidente Fernando Henrique  institui o projeto Monumenta, que tinha o objetivo de recuperar e modernizar os centros históricos das cidades. Belém nunca entrou no programa, os recursos para recuperação do centro histórico, iam direto para a secretaria de cultura de estado, o que fez que, o então secretário, Paulo Chaves, pudesse executar o Feliz Lusitânia e a estação das Docas.  Hoje, os programas do governo federal são municipalizados e definidos, através de seleção por editais.

Falo de governança, por que é claro, que o prefeito vai ter que se relacionar com a Câmara e ter um bloco de apoio, mas cada vez mais, esta relação, torna-se republicana, e o Ministério público tende a  fiscalizar os atos do poder executivo e legislativo, é o que se chama hoje, de  judicialização da política. 

O prefeito tem que ter proposta, saber formular projetos, ter uma boa equipe de gestão, e uma razoável relação com o parlamento municipal. Se acreditássemos que ser do partido da Dilma, ou ser do partido do Jatene, fosse elemento suficiente, para garantir uma eleição, a oposição à Dilma e a Jatene não ganhariam nenhuma eleição. Quero lembrar, que em 2010, Dilma e Ana Júlia perderam em Belém. Atualmente as pesquisas, em Belém, indicam que Dilma tem 80,6% de aprovação, Jatene 66,2% e Duciomar 36,2%. Logo, se apresentar como candidato do partido da Dilma (caso do Alfredo Costa), e aliado (caso do Priante), não garante  a transferência de voto, é um elemento no jogo político. Como o próprio eleitorado já demonstrou, não vota em partido, e sim no candidato. Este vai ter que demonstrar ter uma boa imagem, uma boa história de vida e ter propostas que alcance o eleitor, que toquem  o eleitor, que façam com que o eleitor acredite que elegendo aquele candidato, sua vida pode melhorar.

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